Seja pela negligência ou pelo mau tratamento é comum que muitos pacientes psiquiátricos entrem em crise e precisem de internação.
Visando tornar esse tema mais esclarecido e explicar a importância da clínica psiquiátrica que surgiu com a ideia deste artigo!
O que é uma clínica psiquiátrica?
A clínica psiquiátrica é um espaço preparado para atender a pessoa que estava num estado de descontrole em relação ao seu transtorno mental, chamado de crise.
Assim a clínica psiquiátrica é destinada a cuidar das pessoas que estão em situação de internação psiquiátrica.
Em suma, numa clínica são implementados diversos tipos de tratamentos para reabilitar os portadores de transtornos para o seu retorno à sociedade.
O instituto de pesquisa Ipsos constatou através de uma pesquisa que 53% dos Brasileiros consideram que sua saúde mental piorou no último ano, devido a pandemia do Covid-19.
Um outro estudo promovido pela OPAS (organização mundial da saúde) que em países de baixa média, 76% e 85% das pessoas com transtornos mentais não recebe o tratamento adequado.
Numa situação tão desesperadora em que vivemos, as clínicas psiquiátricas se tornam cada vez mais necessárias.
O objetivo é acolher a pessoa num momento de crise do transtorno, estabilizar o quadro e promover uma recuperação até a pessoa retornar ao seu estado estável.
O que é e como funciona a internação psiquiátrica?
A internação psiquiátrica é um modelo de atenção que busca oferecer suporte ao paciente em um momento de exacerbação dos sintomas relacionados a um transtorno mental ou dependência química.
Ou seja, costuma ser recomendada para casos em que a pessoa apresenta capacidade reduzida de autogestão e de autodeterminação.
Por meio dela, o indivíduo é internado e recebe acompanhamento 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Aqui no Grupo Efraim, uma das nossas principais preocupações é oferecer um cuidado multidisciplinar, capaz de oferecer atendimento integral às necessidades específicas de cada caso.
Com uma equipe especializada em saúde mental, trabalhamos na recuperação não apenas do paciente, mas também de sua família, que sempre fica fragilizada pelo momento vivido.
O que a lei brasileira diz sobre a internação psiquiátrica?
A lei de n° 10.216 de 6 de abril de 2001 que discorre sobre os direitos aos portadores de transtornos mentais e sobre ações do modelo de saúde de forma assistencial propõe que a internação deva ser usada como serviço para casos mais graves e quando outras opções se esgotarem, que foco do tratamento é a reinserção social e que forneça ao paciente assistência integral.
A internação psiquiátrica deve ser realizada apenas sobre apresentação de laudo médico que comprove a necessidade do tratamento para aquela pessoa, a internação pode ser realizada em três formas: voluntária, involuntária e compulsória.
Vou explicar melhor cada uma delas mais a frente.
A resolução de n°8 de 14 de agosto de 2019 reforça esses pontos e adiciona uma perspectiva mais ampla e dinâmica das crises para além dos aspectos psicopatológicos da doença, o atendimento e serviços não devem de forma nenhuma infringir ou violar o código de direitos humanos.
A permanência das pessoas em situação de internação é permitida ser superior a 30 dias e inferior a 180 dias, sendo obrigatória a produção de laudo médico seja qual for o tipo de internação.
Em caso de internação psiquiátrica involuntária, a ocorrência deve ser comunicada ao ministério público em até 72 horas.
Clínica psiquiátrica pelo SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei n° 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e pela Lei n° 8.142/90.
Em sua proposição, buscava alterar a desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público de qualidade a qualquer cidadão.
Por meio do SUS, todas as pessoas têm o direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas unidades de saúde vinculadas, que podem ser públicas ou privadas.
Isso vale, inclusive, para a população acometida por transtornos mentais, que pode acessar tratamentos específicos, como os oferecidos em serviços de residência terapêutica e nas clínicas psiquiátricas.
Clínica psiquiátrica pelo plano de saúde
Todos os tipos de transtornos mentais, incluindo os casos relacionados à dependência química, possuem a cobertura por planos de saúde assegurada por lei – seja para medidas terapêuticas, consultas psiquiátricas ou internação em clínica psiquiátrica.
Pela minha experiência aqui no Grupo Recanto, por exemplo, é comum que as famílias cheguem sem saber se o seu plano de saúde cobre todo o tratamento.
Por isso, sempre oriento que devem sinalizar na central de atendimento qual é o plano utilizado.
Clínica psiquiátrica Particular
Para quem não deseja recorrer ou não se enquadra nos modelos anteriores, é possível buscar tratamento no modelo de clínica psiquiátrica particular.
É um espaço que oferece a estrutura física e profissional necessária para o tratamento apropriado, desde o diagnóstico do quadro até a prescrição de medidas terapêuticas adequadas ao tipo de doença e ao nível de gravidade.
Vale ressaltar, no entanto, que aqui no Grupo Recanto o tratamento é nivelado pela imparcialidade: todos são tratados de forma igual, independente do modelo de contrato, respeitando a individualidade e as necessidades específicas do paciente.
Quais os tipos de internação psiquiátrica?
Em todos os tipos de internação, independentemente de suas particularidades, o trabalho profissional sempre é realizado com o objetivo de promover a reinserção do indivíduo na sociedade.
O processo também sempre é acompanhado por um médico, responsável por analisar o caso e as medidas cabíveis em cada um deles.
Internação voluntária
A internação voluntária é aquela que acontece com o consentimento do próprio paciente.
Para isso, ele assina um documento em que declara, de livre e espontânea vontade, o desejo de ser internado em uma instituição psiquiátrica para seu tratamento.
A internação pode virar involuntária no decorrer do processo, caso o paciente decida interromper o tratamento, e a avaliação de familiares e do profissional responsável seja pela continuidade.
Internação involuntária
A internação involuntária ocorre sem o consentimento do indivíduo e a pedido de terceiros ? em geral, familiares.
Ela depende de autorização médica e ocorre quando o paciente apresenta prejuízo cognitivo e dificuldade no juízo de valor, o que representa um risco para si mesmo e os outros.
Este tipo de internação exige que uma comunicação seja feita ao Ministério Público no prazo de até 72 horas, o que também deve acontecer quando o paciente receber alta.
Internação compulsória
A internação compulsória é sempre determinada pelo juiz competente, o que significa que independe da vontade do paciente e mesmo de seus familiares.
A decisão é tomada por conta dos perigos que o indivíduo pode causar a si próprio e à sociedade, sendo motivada pelo pedido formal de um médico, que ateste a incapacidade física e psicológica da pessoa.
A importância da clínica psiquiátrica no tratamento de dependência química
A clínica psiquiátrica é importante, pois a dependência química muito frequentemente traz consigo outros transtornos mentais como comorbidades, isto é, patologias e doenças que acontecem conjuntamente.
Dessa forma é preciso em alguns casos mais do que a psicoterapia convencional, é importante saber se a clínica de reabilitação também possui uma clínica psiquiátrica, para saber se é possível lidar com esse desafio.
Pois muitos antes de poderem lidar e tratar a sua dependência precisam se estabilizar de suas crises, ou que vem em estado de demência seja ela leve ou profunda, que se precisa de todo um trabalho didático e cuidadoso para depois se dar início no tratamento de dependência.
Há casos em que quase não se pode desassociar o que é efeito dos transtornos e da crise ou que é efeito da dependência química.
Como é o tratamento em uma clínica psiquiátrica?
Para explicar melhor os aspectos relacionados à internação em clínica psiquiátrica, separei as informações em três blocos, como você confere a seguir.
Como é feita a avaliação com psiquiatra?
A necessidade de tratamento psiquiátrico é avaliada a partir da primeira consulta do paciente, na qual o psiquiatra busca formular hipóteses diagnósticas e fazer a elaboração do projeto terapêutico.
Ou seja, o momento inicial é reservado para que o profissional possa reunir as informações sobre o paciente, analisar a sua história clínica e investigar o seu estado mental do paciente.
Também podem ser solicitados exames físicos ou neurológicos, tanto de imagem quanto de laboratório.
A avaliação psiquiátrica tem ainda o objetivo de verificar a necessidade de tratamento medicamentoso para dependência química ou para outro transtorno psiquiátrico comórbido.
O olhar cuidadoso e a avaliação da efetividade do tratamento, no entanto, permanecem ao longo de todo o processo.
Cabe ainda ao psiquiatra orientar a família sobre as características do problema apresentado pelo indivíduo.
Quanto tempo demora uma consulta com o psiquiatra?
O psiquiatra precisa se dedicar a fazer uma anamnese completa do paciente, isto é, colher informações da história de vida dele.
Sendo assim, as consultas costumam durar cerca de 45 minutos, mas é comum que a primeira chegue a se estender por até 90 minutos.
Quais são as formas de tratamento?
A internação psiquiátrica no Grupo Efraim envolve o acompanhamento permanente, com a definição de um projeto terapêutico individual, elaborado com base no diagnóstico, dos riscos do quadro e nas necessidades do paciente.
Esse plano é desenvolvido a partir do diálogo entre os profissionais das especialidades envolvidas no tratamento, o que favorece o cuidado multidisciplinar.
Não por acaso, a nossa equipe de profissionais conta com médicos clínicos, psiquiatras, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, nutricionistas e instrutores de meditação e ioga.
A estadia do paciente em um espaço estruturado, no qual ele recebe todos os cuidados que o seu caso exige.
Não é apenas sobre superar o momento de crise.
Justamente por isso, mais do que apenas medicamentoso, o tratamento oferecido é também sobre promover o resgate da autoconfiança e da capacidade do indivíduo em tomar as próprias decisões de forma equilibrada e saudável.
Em que casos é recomendada a internação psiquiátrica?
A internação psiquiátrica é uma modalidade voltada para os casos mais graves, que necessitam de cuidados intensivos.
Ela acontece quando o profissional que orienta o atendimento percebe que o paciente tem prejuízos na sua vida social, familiar e na própria saúde.
Costuma ser mais indicada nos casos em que o paciente se encontra em crise, surto ou com predisposição ao suicídio.
O objetivo é intervir na crise e realizar o seu controle, para que a pessoa possa ser estabilizada.
Entre os casos mais comuns de internação psiquiátrica estão:
- Dependência química
- Alcoolismo
- Depressão
- Transtornos psicóticos (a exemplo da esquizofrenia)
- Transtornos de humor (a exemplo da bipolaridade)
- Predisposição ao suicídio
Internação psiquiátrica é a melhor opção para o tratamento de dependentes químicos?
A internação psiquiátrica para dependentes químicos costuma ser indicada quando o uso abusivo de uma ou mais substâncias é responsável por sintomas que afetam diretamente a saúde mental do paciente, incluindo o desenvolvimento de quadros depressivos.
Na dúvida, é importante recorrer a uma avaliação médica e analisar quais possibilidades podem trazer mais benefícios.
O que avaliar para encontrar uma clínica adequada?
A dúvida sobre como escolher a clínica mais adequada pode acontecer com qualquer um, afinal dentre tantas opções às vezes é difícil tomar a melhor escolha, mas para isso basta ficar atento a essas dicas:
Regulamentação; é importante conferir se a instituição está devidamente regulamentada pelos órgãos de saúde estatais e municipais, também é importante conferir os registros dos funcionários em seus devidos conselhos para saber se está em dia, estando tudo correto será um passo a mais em direção a um tratamento confiável.
Visita; é importante realizar uma visita a uma das unidades da clínica, pois assim você pode verificar a infraestrutura, se ela está em bom estado, se condiz com o que foi passado, conhecer um pouco melhor os funcionários e como funciona o modelo de tratamento na prática.
Avaliações externas; é possível conferir ainda as opiniões de pessoas que já passaram pela clínica, seja procurando individualmente para entender como foi a experiência ou em comentários públicos em sites como o google, reclame aqui e nas redes sociais da clínica.
Perguntas frequentes sobre clínica de internação psiquiátrica
Ainda com dúvidas sobre o tratamento em uma clínica de internação psiquiátrica?
A seguir, listei quatro das perguntas frequentes sobre o tema e trouxe respostas baseadas na minha experiência como diretor aqui do Grupo Efraim.
Quanto tempo dura a internação psiquiátrica?
Não existe um tempo determinado de internação, pois cada caso é único.
Sendo assim, quem determina o período necessário é o médico e a equipe de profissionais que auxiliam o paciente no tratamento e recuperação.
No entanto, é importante relembrar que esse modelo inclui um projeto terapêutico individual, que pode incluir uma previsão de quanto tempo o interno precisa para se recuperar.
A duração da estadia depende de uma série de fatores, incluindo aspectos hereditários, o estado do paciente e mesmo a resposta do organismo ao tratamento oferecido.
É possível, por exemplo, que a internação dure de poucos dias até seis meses, dependendo do quadro e da avaliação feita.
O paciente internado pode ser visitado?
Nas clínicas no Grupo Grupo Efraim, incentivamos os profissionais a lançarem um olhar humanizado para o interno e também para a sua família, enxergando ambos como uma mesma unidade de cuidado.
Com base nesse conceito, as visitas não só são permitidas, como também incentivadas.
Quando o paciente percebe que existe uma rede de apoio ao seu redor, as chances de recuperação crescem.
Trata-se de juntar o melhor do conhecimento técnico com a qualidade dos relacionamentos estabelecidos tanto durante o período de internação quanto depois dele.
As exceções ficam por conta de avaliações específicas do médico que acompanha o quadro do paciente.
Quais são as regras para internar uma pessoa contra a sua vontade?
Ninguém deseja ter que chegar ao ponto de internar alguém que ama contra a sua vontade.
Eu sei o quão complicada pode ser tomar uma decisão como essa e se questionar se é o certo a fazer.
Mas, apesar de dolorida, essa pode ser a única saída para que a pessoa possa receber o tratamento adequado e, enfim, retomar a sua vida em plenitude.
No caso da internação involuntária, a principal regra é a existência de uma avaliação médica que confirme a necessidade da prática, seguindo todos os trâmites legais que já descrevi anteriormente.
Quanto custa a internação em uma clínica psiquiátrica?
No Grupo Efraim, o valor da internação psiquiátrica é definido com base em um contrato que contempla todos os serviços necessários para a estadia do paciente por um período de seis meses.
Para mais detalhes sobre valores, entre em contato pela central de atendimento ? 11 93934-2547 (Atendimento para todo Brasil).
Antes de falar em preço, porém, veja o valor de sua ação.
Ter um familiar de volta, com autonomia recuperada, saúde e bem-estar, é algo que não tem preço.
Lembrando sempre, que caso possua um plano de saúde é muito provável que ele cubra os custos da internação.
Como os familiares podem contribuir para o tratamento do dependente em uma clínica psiquiátrica?
Em qualquer tratamento mais complexo a presença dos familiares é importantíssima e no tratamento da dependência química não é diferente, os familiares podem contribuir de diversas formas para a facilitação do tratamento.
Para que os familiares sejam pilares da construção do novo estilo de vida que a pessoa terá é preciso:
- incentivar o tratamento;
- Não julgar o dependente pelo que ele fez no passado ou dar sermão;
- Reforçar a ideia que ele precisa do tratamento para ter uma vida novamente;
- Participar das reuniões com os profissionais da saúde;
- Fornecer as informações necessárias e importantes para o tratamento
Pode parecer pouco, mas essas ações são importantes para um tratamento mais eficaz, a família é o ponto de equilíbrio e apoio da maioria dos dependentes.
Onde encontrar uma clínica psiquiátrica com tratamento para dependência química?
Agora que sabe como escolher uma clínica psiquiátrica adequada, é preciso saber como e onde encontrar, a clínica psiquiátrica do Grupo Recanto está a sua disposição, somos uma empresa séria e compromissada que trabalha a mais de 13 anos no ramo do tratamento a dependência química e saúde mental.
Com um modelo de tratamento composto por três pilares, sendo eles a terapia racional emotiva, o aconselhamento em dependência química e o programa dos doze passos.
Possuímos clínicas localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Paraná e também nossa nova unidade em Recife, contamos com uma equipe multiprofissional e com infraestrutura totalmente preparada para enfrentar os desafios da dependência química.
Conclusão
As clínicas psiquiátricas são necessárias, tanto pela demanda da dependência química, quanto pela demanda dos estados de descontroles dos transtornos mentais.
Ainda que a visão de grande parcela da sociedade sobre os transtornos, dependência e internação não sejam boas, estamos aqui para esclarecê-las, pois da ignorância surge o preconceito.
A clínica psiquiátrica tem como função fornecer as melhores condições para o tratamento e reabilitação do paciente para o retorno à sociedade, apesar do nome “internação” carregar um enorme peso na mente das pessoas, nada mais é que um método de tratamento que sobretudo é temporário.
As psicoterapias, medicamentos, grupos de apoio e outros variados tipos de tratamentos oferecidos tem uma função específica, para ir trabalhando novos e desconstruindo os antigos conceitos e crenças que faziam a pessoa levar a antiga vida.
A clínica psiquiátrica é uma ferramenta de saúde mental, familiar e social, promovendo uma melhora não só no paciente tratado como em sua família e por consequência contribuindo um pouco para uma melhor convivência na comunidade.