Existem diferentes tipos de demência que podem afetar uma pessoa, principalmente após a chegada da terceira idade, ao longo do envelhecimento. Conhecer as características desses transtornos é importante para saber como encontrar um tratamento efetivo para o controle dos sintomas.
A demência é uma doença que prejudica algumas funções cognitivas e executivas. A memória, a linguagem e o raciocínio são os fatores que mais se alteram na presença desse transtorno, o que tende a trazer prejuízos para a qualidade de vida do paciente.
Por essa razão, aprender a lidar com uma pessoa com demência faz toda a diferença para ajudar no seu bem-estar. Neste artigo, conheça 4 tipos de demência, como essas doenças se manifestam e quais são os tratamentos mais indicados para cada caso.
1. Parkinson
O Parkinson é muito lembrado pelos sintomas motores, como os tremores nas mãos, a bradicinesia e a rigidez muscular. No entanto, essa é uma doença que também pode afetar a memória e a linguagem, sendo considerada também um tipo de demência.
A condição é causada pela degeneração de neurônios responsáveis pela condução da dopamina (os dopaminérgicos) na substância negra do cérebro, o que provoca também desgastes em regiões próximas aos gânglios basais. Por conta disso, atinge o sistema motor, a cognição e o comportamento. Então, a pessoa pode começar a apresentar perda progressiva da memória e da agilidade na resposta cognitiva.
A demência ocasionada pelo Parkinson costuma surgir com o avançar da doença, cujo diagnóstico é feito por exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética. Já o tratamento, principalmente nos primeiros sintomas, é feito por meio de reposição de dopamina via medicamentos.
Como parte da terapia, pode ser indicada também fisioterapia para a melhora dos problemas motores. Além disso, existem pesquisas científicas que investigam o uso da Estimulação Magnética Transcraniana (TMS) para o tratamento dessa doença, embora ainda não tenham sido encontrados resultados conclusivos.
2. Alzheimer
O Alzheimer é o principal tipo de demência lembrado na população. O transtorno é causado pela perda neuronal, devido ao acúmulo de proteínas chamadas beta-amiloides e taus, que estimula o crescimento de tranças neurofibrilares. Nesse contexto, ocorre um processo de neurodegeneração que estimula a perda progressiva da memória.
A doença afeta, principalmente, pessoas na fase idosa. Além da perda de memória, é possível notar mudanças na personalidade do paciente, dificuldade de realizar tarefas do cotidiano, alterações na fala e desorientação. Outra característica é a dificuldade de formar novas memórias. Portanto, um dos primeiros sintomas é o esquecimento de eventos recentes.
O diagnóstico do Alzheimer é feito por meio de avaliação médica com testes de estado mental e exames de imagem. Porém, a confirmação somente é realizada por meio da autópsia cerebral, para constatar a perda de neurônios.
Por fim, o tratamento envolve a prescrição de medicamentos para a melhora das funções cognitivas, com o objetivo de retardar o avanço da doença. A participação da família e a criação de uma rede de apoio para auxiliar o paciente no dia a dia são fundamentais para a promoção de bem-estar diante do quadro.
3. Demência vascular
Além do Alzheimer, a demência vascular está entre os tipos de demência com mais diagnósticos, afetando cerca de 17% da população. Nesse caso, os problemas no estado mental e cognitivo do paciente são causados por problemas cardiovasculares, principalmente na região do encéfalo. A doença pode também ser uma das consequências de um Acidente Vascular Encefálico (AVE) ou de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), quando ocorre na região cortical.
As alterações da circulação sanguínea no Sistema Nervoso Central são altamente prejudiciais para a maioria das funções vitais. Quando acontece o suprimento sanguíneo no encéfalo, pode haver o comprometimento cognitivo e de diversas funções, a depender da região acometida.
Linguagem, memória, orientação, praxia e demais funções podem ser comprometidas com a demência vascular. Assim, o paciente apresenta dificuldades na realização de atividades cotidianas que, antigamente, eram naturais a ele. Consequentemente, há a perda da autonomia, que pode também trazer consequências no estado emocional, aumentando os riscos de depressão.
Em estados mais graves da demência, o paciente pode apresentar dificuldade para mastigar e engolir comida. Por esse motivo, surgem também riscos de desnutrição e maior suscetibilidade a infecções.
Exames de imagem no encéfalo são cruciais para o diagnóstico da doença, pois permitem identificar as alterações vasculares no córtex cerebral ou em outra região encefálica. O tratamento é semelhante ao do Alzheimer, com a prescrição de medicamentos e o acompanhamento profissional para a promoção de bem-estar ao paciente.
4. Demência de Lewy
Muito confundida com a doença de Parkinson, a demência de Lewy também pode afetar a motricidade de uma pessoa, com a dificuldade de execução de movimentos simples ou complexos. No entanto, as causas são diferentes.
Na demência de Lewy, há o surgimento dos corpos de Lewy, nome dado ao crescimento de estruturas esféricas anormais no córtex cerebral, que leva à perda progressiva de neurônios. Por essa razão, sintomas de demência podem se manifestar nos pacientes que sofrem desse problema.
Confusão mental, alucinações, desorientação, rigidez muscular, tremores e perda das funções cognitivas são alguns dos sintomas mais comuns e que surgem conforme o avanço da doença. O diagnóstico também é feito por meio de exames de imagem que contrastam a degeneração de determinadas regiões do encéfalo, como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
Já o tratamento é realizado por meio do uso de medicamentos semelhantes aos utilizados por pacientes com a doença de Parkinson. Além disso, os neurologistas podem prescrever um inibidor de colinesterase para prevenir a evolução da demência e oferecer mais qualidade de vida ao paciente.
Em resumo, existem diferentes tipos de demência que podem afetar não apenas a memória, como diversas outras funções cognitivas. A identificação rápida dos sintomas e o diagnóstico precoce auxiliam na busca por um tratamento mais eficiente e que permita ao paciente desfrutar de mais qualidade de vida no dia a dia. Logo, é essencial procurar um neurologista ao notar quaisquer sintomas.